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LUBRIFICAÇÃO X ATRITO


Na indústria qualquer parada é prejuízo, por este motivo é necessário um cuidado muito grande na manutenção dos equipamentos para garantir uma maior confiabilidade na operação. É notório que a melhor forma de reduzir desgastes e impactos em máquinas que possuem engrenagens, mancais, pistões, superfície planas deslizantes, entre outros é a escolha do lubrificante correto para conferir uma vida útil maior ao equipamento. Mas você 
sabe o que é lubrificação, atrito e onde eles se aplicam?

Atrito x Lubrificação
A lubrificação pode ser definida como sendo o fenômeno da redução do atrito entre duas superfícies em movimento relativo de uma sobre a outra, por meio da introdução de uma substância entre as mesmas. Sempre que uma superfície se mover em relação a outra superfície, haverá uma força contrária a esse movimento chamada atrito. Em consequência deste mecanismo de geração de atrito surgem ainda aquecimento, ruído e desgaste das superfícies envolvidas.


Funções da Lubrificação
A principal função do lubrificante é a de reduzir o atrito ao substituir o atrito sólido pelo atrito fluido. Sendo este muito menor do que o primeiro. Cabe ao lubrificante, também, minimizar o desgaste, o ruído, bem como o aquecimento gerado pelo deslocamento relativo das superfícies. A redução do desgaste ocorre quando o lubrificante impede o contato entre as superfícies e ainda remove partículas abrasivas. A redução do calor se dá pela dissipação do mesmo no lubrificante. Além das funções citadas acima, o lubrificante poderá atuar na transmissão de força, na remoção de contaminantes pela ação dos detergentes e dispersantes ou através da circulação do óleo por filtros. Pode funcionar também como agente de vedação e de proteção contra a corrosão, como isolante elétrico e amortecedor de choques ao dispersar vibrações.
Tipos de Lubrificantes:
  • ÓLEOS LUBRIFICANTES

Lubrificantes líquidos são os mais empregados na lubrificação. Podem ser subdivididos em: minerais puros, graxos, compostos, aditivados e sintéticos. Os óleos minerais puros são obtidos da destilação e refinação do petróleo, têm como base substâncias como crus de petróleo, através da sua parte mais viscosa. Óleos de origem mineral são os mais utilizados em plantas industriais.

Já os óleos graxos podem ser de origem animal ou vegetal. Foram os primeiros lubrificantes a serem empregados, sendo mais tarde substituídos pelos óleos minerais. É raro encontrar aplicação em máquinas modernas devido à sua instabilidade química, principalmente em altas temperaturas. Nessa condição, o óleo pode transformar-se em ácidos e vernizes. Os óleos compostos são constituídos de misturas de óleos minerais e graxos. A percentagem de óleo graxo é pequena, variando de acordo com a finalidade do óleo. Os óleos graxos conferem aos óleos minerais propriedades de emulsão, oleosidade e extrema pressão. Os óleos aditivados são óleos minerais puros que podem reforçar ou acrescentar determinadas propriedades específicas.

No leque de aditivos encontramos detergentes, dispersantes, antioxidantes, anticorrosivos, passivadores, desmulsificadores, etc... Os óleos sintéticos são provenientes da indústria petroquímica. São os melhores lubrificantes, mas são também os mais caros. Os mais utilizados são os polímeros, os diésteres, etc. Devido ao seu custo, o emprego é limitado aos locais onde os óleos convencionais não podem ser usados. Exemplo: locais sujeitos a alta temperatura como monovias que passam por dentro de estufas ou próximas a fornos, onde se exige um ponto de fulgor ou lampejo diferenciado.

  • GRAXA LUBRIFICANTE

Os pastosos, comumente designados graxas, são usados onde os lubrificantes não executam suas funções de forma satisfatória. Alguns técnicos classificam a graxa lubrificante como sendo “agente de dispersão de um produto espessante num lubrificante líquido, com uma consistência entre sólida e semifluida, podendo conter outros ingredientes com o fim de conferir-lhe propriedades especiais”.

As graxas são empregadas, por exemplo, em locais onde existe riscos de contaminação em sistemas mecânicos. Elas são empregadas porque possuem propriedades vedantes, além disso, há locais onde peças mecânicas não são acessíveis. As graxas são subdivididas em: sabão metálico, sintéticas, a base de argila, betuminosas e para processo. As graxas de sabão metálico são as mais utilizadas. São constituídas de óleos minerais puros e sabões metálicos que são a mistura de um óleo graxo e um metal (cálcio, sódio, lítio, etc.).

Como os óleos, estas graxas podem ser aditivadas para alcançarem determinadas características. As graxas sintéticas são as mais modernas. Tanto o óleo mineral como o sabão podem ser substituídos por óleos e sabões sintéticos. Como os óleos sintéticos, devido ao seu elevado custo, estas graxas têm sua aplicação limitada aos locais onde os tipos convencionais não podem ser utilizados. Exemplo: Graxas à base de poliuréia que são utilizadas em rolamentos de motores elétricos convencionais.

As graxas à base de argila são constituídas de óleos minerais puros e argilas especiais de granulação finíssima. São graxas especiais, de elevado custo, que resistem a temperaturas elevadíssimas. As graxas betuminosas, formuladas à base de asfalto e óleos minerais puros são lubrificantes de grande poder adesivo. Algumas, devido à sua alta viscosidade, devem ser aquecidas para serem aplicadas. Outras são diluídas em solventes que se evaporam após sua aplicação.

As graxas para processo são graxas especiais, fabricadas para atenderem a processos industriais como a estampagem, a moldagem etc. Algumas contêm materiais sólidos como aditivos.

Funções dos Lubrificantes
– Converter o atrito sólido em atrito fluido para reduzir a perda de energia;
– Reduzir ao mínimo o contato entre as superfícies, que é a origem de desgaste;
– Absorver o calor gerado pelo contato das superfícies (motores, operações de corte, etc...);
– Evitar que a ação de ácidos destrua os metais;
– Transmitir força com um mínimo de perda (sistemas hidráulicos, por exemplo);
– Transferir energia mecânica para energia fluida (como nos amortecedores dos automóveis) e amortecer o choque dos dentes de engrenagens;
– Evitar a formação de borras, lacas e vernizes;
– Impedir a saída de lubrificantes e a entrada de partículas estranhas (função das graxas), e impedindo a entrada de outros fluidos ou gases (função dos óleos nos cilindros de motores ou compressores);

A falta de lubrificação pode provocar:
– aumento do atrito;
– aumento do desgaste;
– aquecimento;
– dilatação das peças;
– desalinhamento;
– ruídos;
– grimpagem;
– ruptura das peças;


Por Paulo Mello
23 anos, Carioca, Discente no 6° Período em Engenharia Mecânica, Técnico em manutenção mecânica industrial e estagiário em uma Industria Química. Apaixonado por inovação, tecnologia, música e netflix.

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