Pular para o conteúdo principal

GESTÃO DA MANUTENÇÃO NO ALCANCE DA QUALIDADE


O cenário econômico mundial atual é regido pela globalização e por um intenso dinamismo. Nessa situação, para que uma empresa se mantenha competitiva, deve ofertar, além de inovações, produtos com qualidade, que atendam as expectativas do consumidor. Mas como a manutenção e a qualidade se relacionam?

O conceito de qualidade é antigo, porém evoluiu muito até ser o que conhecemos hoje. Podemos dizer que começou devido à fabricação de equipamentos militares, onde teve início a necessidade de padronização e intercambiabilidade de componentes. Atualmente, o conceito é pautado por normas internacionais, que orientam e certificam a implantação de sistemas de produção.

Contudo, durante todo esse período, o fator comum, extraído de diversas “definições” das características de qualidade, está relacionado aos processos de fabricação. Para obter um produto com qualidade é necessário que o fabricante tenha ferramentas e recursos em condições de produzi-lo. A manutenção atua diretamente nesse aspecto, pois é responsável por manter os equipamentos em condições de pleno funcionamento, garantindo que a produção aconteça normalmente e assegurando a qualidade dos produtos.

Ademais, é necessário um sistema eficiente para gerir a manutenção e seus ativos, de forma que seja possível identificar a real condição do equipamento. Uma boa gestão deve se preocupar com a programação e planejamento da manutenção, para que as ações das equipes mantenedoras ocorram em situações pré-determinadas. Se as paradas para intervenção não forem previstas, poderão ocorrer muitos problemas, como atrasos nos cronogramas de fabricação, indisponibilidade de máquinas e elevação de custos.

Uma empresa que busca a excelência no mercado, deve ter ações de intervenção organizadas em, principalmente, três tipos de manutenção:

  • Manutenção preventiva: estabelece medidas preventivas, em intervalos pré-estabelecidos, destinadas a reduzir falhas nos equipamentos; 
  • Manutenção preditiva: garante que haja um melhor custo/benefício na manutenção como um todo, pois com ela, as intervenções são realizadas a partir do conhecimento da condição verdadeira da máquina, aproveitando a vida útil total de seus componentes. As atividades são baseadas em parâmetros que indicam o desempenho dos equipamentos, determinando a necessidade ou não de intervenção, eliminando paradas desnecessárias para manutenção, havendo grande economia de recursos; 
  • Manutenção corretiva: é a manutenção de atendimento imediato a uma falha. Apesar de uma equipe de manutenção corretiva não saber quando irá atuar, esse tipo de intervenção pode ser considerado planejada, quando os engenheiros de manutenção optam em deixar a máquina funcionando até que estrague (isso acontece principalmente por motivos financeiros). 

Com todas essas ações alinhadas, a manutenção se torna um setor estratégico da empresa, responsável pela disponibilidade de recursos e alcance das metas de produção. Com uma boa gestão, os defeitos pouco ocorrerão, aumentando a satisfação dos clientes, que recebem produtos que atendem suas necessidades. A empresa se torna então, uma referência em qualidade, aumentando sua competitividade no cenário em que atua.

Referências

OTANI, M. A proposta de desenvolvimento de gestão da manutenção industrial na busca da excelência ou classe mundial. Manaus, 2008. Artigo acadêmico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

WEBER, A.J. Manutenção Industrial. Contagem, 2010, Senai – CFP, 1ª edição. 


-------------------------------------------------------------------------
Por João Pedro Basílio Machado de Lisboa.
Técnico em mecânica industrial e aluno do 3º período de engenharia mecânica, procurando compartilhar um pouco do sabe, a respeito de uma das mais brilhantes aquisições da mente humana, a mecânica.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Planilha / Excel - Cálculo de Soldagem

CLIQUE NA IMAGEM PARA ABRIR OU PARA FAZER O DOWNLOAD

POLIAS E CORREIAS

Às vezes, pequenos problemas de uma empresa podem ser resolvidos com soluções imediatas, principalmente quando os recursos estão próximos de nós, sem exigir grandes investimentos. Por exemplo: com a simples troca de alguns componentes de uma máquina, onde se pretende melhorar o rendimento do sistema de transmissão, conseguiremos resolver o problema de atrito, desgaste e perda de energia.  POLIAS   As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas correias.   Uma polia é constituída de uma coroa ou face, a qual é envolvida pela correia. A face é ligada a um cubo de roda, mediante disco ou braços. (Gravura 2)   TIPOS DE POLIAS   Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta. Elas podem ser planas ou trapezoidais. As polias planas podem apresentar dois formatos na sua superfície de contato. Essa superfície pode ser plana ou abaulada (Gravura 3). A polia plana conserva melhor as corre

Tração 4X4

“Eu vou comprar uma Hilux toda equipada...” se você é estudante de engenharia ou não já deve ter ouvido esse hino rsrsr, mas me diz aí você sabe como funciona o sistema de tração 4x4 que é um dos principais atrativos do sonho de consumo dos engenheiros? Se não, fica ai que esse é o assunto da publicação de hoje. Fonte: Toyota  O sistema de tração nas quatro rodas ou 4x4 nada mais é que um  sistema onde o motor envia torque para todas as quatro rodas ao invés de apenas duas. Com todas as rodas recebendo tração, o carro aumenta substancialmente a aderência com o solo, ou seja, o primeiro número indica a quantidade de rodas do veículo e o segundo a quantidade de rodas motoras. Normalmente a maioria dos carros é constituída por um sistema 4x2 onde de maneira lógica duas rodas recebem energia que vem do motor e as outras duas são, falando a grosso modo, “arrastadas”. Isso é possível graças ao trabalho de duas peças o eixo e  diferencial. O eixo é o responsável por levar a